A imagem sempre despertou em mim uma curiosidade que eu não sabia explicar a razão. Quando eu estava começando a aprender a ler, um exemplar da revista infantil que chamava Tico Tico, caiu em minhas mãos com seus personagens Reco Reco, Bolão e Azeitona. Nesse número, na secção ligue-ligue da revista, ensinava a fazer um projetor de imagens com uma pequena caixa de madeira no tamanho 20X15X15. Havia um cinema no bairro que passava filmes às quartas, sábados e domingos, nos dias posteriores de manhã bem cedo eu ia esperar o lixo do cinema para pegar tiras de filmes que jogavam fora, para projetar à noite na minha casa, em uma parede pintada de branco. Dessa maneira comecei a minha relação direta com a imagem, toda oportunidade que tinha, lia sobre fotografia e cinema. Nunca mais parei.